domingo, 5 de junho de 2011

Origem do Bairro Pirajá - Por Maria Ivonisete Sobreira

Foto da primeira casa construída no Pirajá
  
 O Bairro Pirajá teve início no ano de 1937 com a construção de duas casas pelo Sr. Francisco Dias Sobreira, onde iniciou um pequeno comércio de compra e venda de algodão e cereais em geral. Esta atividade durou até o ano de 1945. O terreno, ocupado hoje pelo bairro fazia parte de propriedades agrícolas pertencentes a Abel Sobreira, Francisco Dias Sobreira (acima citado), João Marcelino de França e José Dias da Silveira. José Travares Pirajá, cunhado e amigo particular do Sr. Francisco Dias sobreira, substituiu este naquela atividade. A freguesia deste pequeno comércio de José Tavares Pirajá se constituía dos transeuntes residentes nos sítios Pedra de Fogo, Macacos, Fazenda Nova, Limoeiro, etc. A casa em que residiu José Tavares Pirajá é construída de tijolos coberta de telhas, com dois vãos, alpendre, localizada ao nascente da estrada de ferro Juazeiro-Barbalha. Hoje pertencente ao seu Filho Dr. Pedro Sobreira Pirajá.
  Todos os que iam e vinham, comentavam que no "seu" Pirajá, tudo era mais barato do que nas demais vendas. Assim ia o José Tavares Pirajá, sendo cada vez mais conhecido e procurado, oferecendo de quebra ao freguês um discurso político ou uma doutrinação religiosa com exemplos fulgurantes tirados da vida dos Santos ou da Sagrada Escritura de que era fiel leitor. Por volta de 1946 o Sr. Francisco Dias Sobreira, deu a algumas pessoas uns chãozinhos e ali foram construídas as primeiras casas e habitada pelos primeiros habitantes do Bairro. Logo surgiram novas casas. Em 1947 o atual Bairro do Pirajá contava umas 8 a 10 casinhas. Em 1950 umas 100 casinhas já se podia observar. Neste ano foi lançada a pedra fundamental do Santuário de São Francisco, responsável pelo crescimento daquele setor sul da cidade. O Bairro não possuía outro ponto de atração, senão a costumeira  e animada rodinha da bodega do "seu" Pirajá onde se discutiam as crises econômicas, religião e política; onde não eram negados conselhos e orientações do "seu" Pirajá. Em 1958 com prazer se podia observar o seu número de habitantes bem maior e a construção calculada de 500 casas. Hoje o Bairro com aproximadamente 2.000 casas, tendo vida quase auto-suficiente, com mercearias, um mercado público, um grupo escolar cujo terreno foi doado por Francisco Dias Sobreira e que deveria chamar-se Carolina Sobreira, uma bonita Praça, telefone público, televisão pública, melhoramentos levados àquele Bairro pela administração do atual prefeito, Dr. José Mauro Castelo Branco Sampaio.

DADOS BIOGRÁFICOS DE JOSÉ TAVARES PIRAJÁ
José Tavares Pirajá, nasceu em São Pedro do Crato, atual Caririaçu. Mas quanto à data do seu nascimento há divergência, em dois documentos: em seu título de eleitor (30 de setembro de 1886) e em sua certidão de casamento civil (1888). É mais provável, pelo testemunho de sua mulher Izabel Gonçalves Sobreira, que o ano de seu nascimento seja efetivamente 1886. Filho de Agostinho Antônio Tavares e de Vitorina Maria Tavares. Fez seus estudos primários no então Colégio Diocesano de Crato. Como filho de agricultor que era e não podendo mais continuar seus estudos, voltou suas atividades para a vida agrícola e pastoril, pois na época foi considerado um dos melhores vaqueiros da região. Casou-se com Dona Izabel Gonçalves Sobreira (conhecida na intimidade por dona Bilinha) com quem teve seis filhos. As suas horas vagas eram preenchidas com boas leituras. Ele era assíduo leitor das vidas dos Grandes Santos. Como homem político, era um partidário leal e fervoroso, defendendo com ardor o partido de sua preferência e, não raro, com arrogância caso isto fosse necessário; como era um homem respeitado e acatado em suas opiniões, sempre em todas as eleições contava com um grupinho de eleitores fiéis, o que, dentro do sistema político da época que não mudou em nada até hoje, tornava-o o que se chama um "Cabo Eleitoral" respeitável e de certa influência. José Tavares Pirajá, faleceu a 28 de fevereiro do ano de 1965. (Extraído do jornal O Lavrador, editado pela Escola Normal, edição de 07.10.69) 
Bairro Pirajá atualmente


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